Televisões e minha mãe
Uma coisa que eu não aprendi com idade, mas sim com a vadiagem, é que minha mãe nos seus dias em que ela potencialmente poderia sufocar, esfaquear, esquartejar, atear fogo, enfim, matar alguém, ela escolhe suas vítimas e as formas de fuzilamento de acordo com ela brigou, por exemplo, se ela briga com meu pai mas não comigo, ela falará o seguinte, "Ai Meu Deus do Céu Humberto, nunca, mas nunca seja igual ao seu pai. Ainda bem que vocês dois são extremamente diferentes". Já quando ela briga comigo e com meu pai, ela nos metralha da seguinte forma, "Ai Meu Deus do Céu, vocês são iguaizinhos, são idênticos, vocês dois querem me matar, só pode. Cara de um focinho de outro". Nas ocasiões em que eu sou o réu e meu pai é inocentado, o blitzkrieg bop se transcreve assim, " Ai Meu Deus do Céu Humberto, a quem tu puxou, que isso moleque, eu não sou assim, teu pai não é assim, tu foi trocado na maternidade, só pode!". Como alguém tão doce pode se tornar no mais frio dos assassinos? Sem falar nas vezes em que ela chama eu e meu pai dos mais carinhosos nomes e desconhecidos pelo homem. Mas um em especial me chama mais atenção, o amável "filho da puta", porra mãe, assim não dá! Mas no fundinho, eu sei que tu me ama e eu te amo também! Ah! Beijo pro pai!
Passar bem.